quinta-feira, 31 de março de 2011

Taxonomia e a Classificação

A ciência busca ordenar o universo a sua volta. Para isso o homem criou sistemas para agrupar os organismos em esquemas que façam sentido.
O homem compreende que não se pode escolher uma única característica como base de classificação.

Para organizar essas características, foi criado o Sistema de Classificação Biológica.

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Renato Soares Capellari
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A classificação, ou seja, o ato de agrupar ou ordenar coisas ou seres, qualificando-os e
distribuindo-os em conjuntos ou classes, embora pareça ser fruto única e exclusivamente da
atividade racional humana, não vem a ser um aspecto do homem que o diferencie enquanto
humano e em sua natureza. Ainda que possa parecer despropositado dizê-lo, os animais, às
vezes tidos como desprovidos de razão, também demonstram, por seus atos, classificar os
objetos ao seu redor. No habitat em que se inserem sabem o que são ‘alimento’ e ‘nãoalimento’,
‘competidores’, ‘parceiros’ em potencial, ‘inimigos’ ou ‘presas’, etc. Contudo,
obviamente, quando fazem tais distinções ainda estão muito distantes daquilo que o homem
faz enquanto classificador, uma ação sistematizada e orientada pelos ditames racionais que
possui, na qual a linguagem desempenha um papel fundamental para que ela se concretize. A
despeito disso, o homem é um animal classificador, sendo que sua existência depende de sua
habilidade em reconhecer as similaridades e as diferenças em seu ambiente e demarcá-las
lingüisticamente. A classificação biológica vem se desenvolvendo de forma sistematizada ao
longo da história desde Aristóteles. Entretanto suas primeiras manifestações remontam a
culturas primitivas espalhadas por todo o mundo, nas quais já se podia ver traços de uma
rudimentar taxionomia, classificação. A necessidade de se ordenar a natureza percorre todas
as manifestações culturais em todas as épocas, e não parece ser uma criação que sai da mente
humana e atinge a natureza, mas sim, primariamente, o contrário, pois o ambiente se mostra à
mente humana de um dado modo que permite esta compreensão. Para Aristóteles, a ordem do
pensar reflete a ordem do mundo. As diversas formas como, no mundo biológico, reconhecida
essa ordem e representada na forma de classif
Sistemática, são o alvo desta revisão bibliográfica. Um breve histórico dos referidos campos
da Biologia é apresentado. Nele são delineados os sucessivos períodos em que distintos
paradigmas científicos guiaram as práticas taxonômicas e formularam as bases teóricas da
classificação, desde suas formas primitivas até a complementariedade
icações por meio da Taxonomia e da. Nessa medida, uma
panorâmica das transformações ocorridas na Taxonomia e na Sistemática é
proporcionada. Para tanto, a revisão bibliográfica passa pelos principais representantes da
taxonomia e da sistemática apresentando, assim, uma história da classificação, sua pertinência
e características na atualidade. O que se pode perceber é que a aparente aridez atribuída à
taxonomia e à sistemática não faz justiça ao significado de uma e de outra. Sendo preteridas
por muitos estudiosos, elas não obtêm o reconhecimento do fundamento que proporcionam
para a compreensão das semelhanças e diferenças biológicas. Elas são a expressão da atenção
humana acurada dedicada ao fenômeno da vida e de suas manifestações mais específicas. A
taxonomia e a sistemática representam o alcance do conhecimento absoluto que se
universaliza na medida em que atenta para as particularidades. Enfim, a identificação que
encerram é o reconhecimento da diferenciação e de sua descrição.
Classificação de Lineau:
REINO
um conjunto de filos semelhantes
FILO 
um conjunto de classes semelhantes
CLASSE 
um conjunto de ordens semelhantes
ORDEM 
um conjunto de famílias semelhantes
FAMILIA 
um conjunto de gêneros semelhantes
GÊNERO 
um conjunto de espécies semelhantes e aparentadas
ESPÉCIE
um grupo de organismos semelhantes que vivem numa mesma área geografica, com o mesmo número de cromossomos, que se cruzam entre si, gerando descendentes férteis.

BREVE HISTÓRICO DA TAXONOMIA E DA SISTEMÁTICA

Teoria da Endosimbiose

 TEORIA DA ENDOSINBIOSE

A Teoria da Endossimbiose, (do grego Endo: Ενδο: dentro + sym (Συν): junto + bios (Βιός: viver (symbios: cohabitar, viver junto), foi inicialmente proposta pelo botânico russo Konstantin Mereschkowski in 1905. Mereschkowski estava familiarizado com o trabalho de outro botânico chamado Andreas Schimper. Schimper observou  em 1883 que a divisão dos cloroplastos nas células das plantas verdes era muito semelhante a divisão de cianobactérias que vivem livremente no ambiente. Ele mesmo tentou avançar uma hipótese, em uma nota de rodapé em um de seus trabalhos, afirmando que as plantas verdes teriam surgido através da união de desses dois organismos (célula eucariótica e uma cianobactéria). Na década de 1920, Ivan Wallin estendeu a ideia para a origem da mitocôndria na década de 1920 em seu trabalho publicado na "The American naturalist". Todavia, esses trabalhos foram inicialmente descartados e  ignorados. Comparações mais detalhadas baseadas em microscopia eletrônica (1961) por Hans Ris, entre as cianobacterias e cloroplastos, combinados com a descoberta de que plastideos e mitrocôndias continham seu próprio DNA levou ao ressurgimento da idéia.



ALGUMAS EVIDÊNCIAS DE QUE 
PLASTÍDIOS E MITOCÔNDRIAS 
SURGIRAM DE BACTÉRIAS:

1) Novas mitocôndrias e plastídios são formadas por um processo similar a fusão binária (cissiparidade). 

2) ambos cloroplastos e mitocôndrias são delimitados por duas ou mais membranas, e suas membranas são constituídas por peptidioglicanos (que são característicos de células bacterianas).

3) Ambos mitocôndrias e cloroplastos possuem seu próprio DNA que é diferente do DNA nuclear e é similar ao DNA de bactérias (tanto no tamanho como na forma circular). 

4) Os ribossomos dessas organelas são similares  em tamanho aos ribossomos bacterianos (70S).

5) Análise da seqüência de DNA nuclear sugerem que alguns genes (que estão nos cromossomos (DNA nuclear)) provavelmente teriam vindo dos plastídios.

6) Proteínas que são sintetizadas no interior dos plastídios e das mitocôndrias usam como iniciador o aminoácido N-formilmetionina (igual às bactérias).

7) Análise da estrutura interna e da bioquímica dos plastídios (presença de tilacóides e clorofila) é muito similar às cianobactérias. O que sugere que os plastídios são mais relacionados (aparentados) às cianobactérias.

8) As mitocôndrias tem muitas enzimas e sistemas de transporte na membrana mitocondrial muito semelhante ao das bactérias. 

9) Algumas proteínas codificadas no núcleo são transportadas para a organela, e ambas mitocôndrias e plastídios tem genomas pequenos comparados com uma bactéria. Isto é consistente com o aumento da dependência dos “invasores” para com a célula eucariótica logo depois da formação da endossimbiose. Muitos genes das organelas foram perdidos ou foram movidos para o núcleo da célula. 

10) Os plastídios (Cloroplastos) estão presentes em muitos grupos diferentes de protoctistas; alguns dos quais são relacionados a formas sem plastídios. Isso sugere que se cloroplastos originaram-se de novo, eles o fizeram muitas vezes, e suas similaridades é difícil de explicar. 

11) Mitocôndria e cloroplastos são similares à bactérias em tamanho.

Conceito de Espécie


Em Biologia, denomina-se espécie (do latim SPECIE) uma das categoria (Κατηγοριαι) de Aristóteles, a cada um dos grupos em que se dividem os gêneros. 


É também um grupo de organismos que são semelhantes entre si, que vivem em uma mesma área, que podem cruzar-se entre si e gerar descendentes férteis.

Célula Procariota

Células Animais

Células Vegetais

Células Bacterianas